Acho que sempre haverá uma forma diferente de pensar sobre a vida,
refletindo sobre isso, resolvi escrever algo. Ontem me vi em mais um de meus
capítulos do cotidiano, engraçado pode ser, mas não é. Os mesmos ônibus, as
mesmas pessoas e por incrível que pareça, há até mesmo aqueles que sentem a
falta quando essa ou aquela pessoa não apareceu, deve ter pego o ônibus de
outro horário – penso.
Ouvir uma bela música com fone no ouvido é normal no coletivo, só não
pode incomodar o colega do lado, mãos apoiadas para não desequilibrar. Mas
tudo bem, tudo isso faz parte da vida de quem mora em cidade grande. A Grande
Floripa, que muitos chegam até a dizer carinhosamente como a ilha da magia. Se
certo ou não, seu encanto não passa despercebido por aqueles que passam por
aqui, os mares, passagens a caminho do serviço, o casal de senhores de mãos dadas
em sua caminhada cotidiana, o senhor que vai todo dia ao supermercado comprar o
pão, o leite, e no final ao passar no caixa, sempre há aqueles que lamentam por
levar mais do que deveria (risos).
Aqui o clima esta meio confuso, acompanho nos jornais se haverá chuva,
sol, ou terá um vento frio vindo do sul no dia seguinte. Tudo parece bem tranquilo... Costumo
dizer que de onde venho o sol trabalha como um escravo, aqui em Floripa ele é
preguiçoso e quando vem, é como uma canção de saudade, saturando o brilho no
olhar de cada morador... É comum ver pessoas sentadas ao lado do sol. Pensei:
no maranhão nunca alguém iria escolhe ficar exposto ao sol falando ao celular,
tomando um café, ou até mesmo lendo um livro, nesse momento ri de mim. Por assim
dizer, da minha ignorância que me cativa todas as manhãs.
Quando o frio nos visita, me envolve de preguiça, o corpo quer dormir,
ficar na frente do computador, tomar chocolate quente, o famoso pão de queijo
com meu grande amigo André (Dedê), companheiro de filmes, risadas, ele só tem
14 anos, mas acho que sabe o quanto gosto dele. Hoje ele esteve aqui em casa,
conversamos sobre séries, escola, sei lá, muitas coisas se perdem. Não há coisa
mais prazerosa que estar com os amigos e permitir que o vento leve cada
“bobagem” como incenso ao Criador, como agradecimento por nossa amizade. Quem
lerá os momentos de intimidade de grandes amigos? ... Por isso digo que o
trabalho de um poeta é extremamente delicado, ao tentar expressar pela escrita
o que se sente, ou sentiu... Fazendo com que outros compreendam, ou talvez, tenha
a mera presunção do que fora dito. Não cabe a eu limitar tanto contentamento.
Risadas altas, que até mesmo algumas salivas chegam a pular rumo a sol,
causando certo desconforto, mas nada fora do normal. Não importa, está presente
é o que importa.
Está sozinho é diferente de viver só. Gosto de está sozinho, mas não
me permita viver sem amigos, gosto de cultivar cada amizade. Há um tempo, um
amigo compartilhou algo sobre a amizade ser recíproca, ou seja, ambos devem
sentir a falta um do outro; das risadas, das músicas, da conversa fora, não
existe apenas de um lado, todos devem se sentir em paz na companhia do outro.
Confesso que há amizades que tentei conquistar, fracassei. Eu amigo,
visto como infantil, que seja, não quero para mim, muito mesmo para minha
futura família que sonho em ter, tamanha ignorância. Algo que gostaria de
compartilhar com meus futuros filhos será: “Sejam humanos, procurem se
descobrirem, permitindo que outros contribuam pra isso, vocês nunca conseguiram
sozinhos. Não vivam sem amigos, é um preço muito alto a ser pago.”
Hoje alguém que gosto bastante sorriu pra mim. Belo, incomparável é
quando ela se permite rir solta e leve quando fala comigo. Sinto, por nada
poder fazer para tê-la por perto. Queres o que tens, tenho bem mais, só não sou
eficiente para assim expressar, por fim, o serei talvez.
Um Abraço,
Jason Almeida
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