O
tempo estar chuvoso e preciso encontrar um lugar para passar a noite
– pensou Cláudio. Era por volta das 03:00h da manhã quando a
chuva e o frio aumentava a cada instante. O lugar estava deserto, típica cidade do interior, pouca iluminação, poucas luzes acessas,
não avistou nenhum bar aberto para pedir alguma informação. Dando
voltas e voltas pela pequena cidade encontrou um posto de gasolina
onde se informou de um lugar para passar a noite, reabasteceu o carro
e seguiu em frente, em direção ao hotel Antunes, esse era o nome do
lugar, do qual o funcionário informara a Ele. Pensou que talvez
fora de alguma família da região, só que de nada importava já que
não tinha pretensões no local. Tudo aquilo seria apenas uma leve
distração na roda de amigos, compartilhando sobre a viagem em meio
a bebidas, risos e músicas.
Chegando
no local indicado, parou o carro, pegou o casaco, checou cada parte
do automóvel, pões a jaqueta e saiu em direção a entrada do
hotel, foi recepcionado por um senhor calvo de barba branca, com seu
café e os olhos em direção ao noticiário que passava na TV,
pensou que talvez fosse as notícias da madrugada ou até mesmo um
filme, pelo horário de nada poderia esperar, a grande maioria dos
hotéis estavam de portas trancadas aquele momento. Só ficou
contente por ter encontrado um lugar para descansar. O Senhor o
recebeu e o dirigiu ao seu aposento, indo em direção ao quarto,
tirou sua jaqueta jeans e a pões sobre a mesa, tirou o sapatos e
caminhou em direção ao banheiro para um suposto banho, só que
antes olhou o espelho e viu as marcas dos anos em seu rosto, o tempo,
lembranças, e disse a si mesmo: “já não sou tão jovem”
esboçando um leve sarcasmo. Foi tirando o relógio, celular,
carteira e pondo a mão nos bolsos a procura de algo encontrou uma
fotografia, não se lembrava a quanto tempo aquela foto estava
consigo, deixou de lado, tomou seu banho, se embrulhou com a toalha,
retornando ao quarto, sentou em sua cama, enquanto o silêncio fez
com que um aperto no peito viesse lhe visitar, a lágrima que
insistia em não brotar de seus olhos percorria sua alma, pela
primeira vez ele estava sozinho, na verdade não existia um lugar
onde poderia ir. Ao rever as fotos no celular, o riso dos velhos de
onde morava, ele sentia que faltava um pedaço dele que não mais o
pertencia...
Discou
o número da mulher que havia
deixado pra trás, o celular sem resposta de nada respondia, com ele
além das poucas roupas e o carro velho, estavam os poemas e o sonho
de ser escritor em uma cidade grande.
Cláudio
tinha uma filha com nome Joane, Ele prometerá a si mesmo, que um dia
ela teria orgulho de seu pai, não mais o operador de máquinas,
o fracassado ou péssimo amante já que sua esposa lhe abandonou, pra
ser sincero
o que mais Cláudio
amava em sua relação
era sua filha, seu orgulho, sua
razão de vida, que
deixava
agora pra
trás
em buscar de dias melhores. O que o futuro teria a sua espera? Era
a vez dele arriscar suas últimas fichas em seu talento...
Ao
amanhecer, levantou-se da cama, tomou um banho novamente, organizou
suas coisas, arrumou sua cama, agradeceu ao jovem rapaz que estivera
no turno da manhã, pegou seu carro e antes de ligar o carro, pões
a foto de sua filha Joane onde pudesse sempre ver enquanto dirigia e
pensou: “Não importa pra onde for, contando que nunca perca o
amor de minha doce e amada Joane”.
Nem
tudo é o que parece, nem mesmo os sonhos.
Jason Almeida
Nenhum comentário:
Postar um comentário