Creio na existência de um lago com águas límpidas e profundas, nas quais deveria mergulhar mais vezes. Porém, fica num lugar um tanto inacessível, dependendo de muito desprendimento. Às vezes, penso que as gotas de meu cantil não são o suficiente para sustentar criatura tão forte, também chego a pensar em não saber quem veio primeiro se ela ou eu. Porém, continuamos, numa independência pendente, numa dependência indeterminada, num emaranhado de idéias que são as ideais para as nossas pessoas. Eu e o poeta em mim.
Entre a necessidade de sempre voltar e a escolha de continuar pra ver o que nos espera, somos sempre surpreendidos pela verdade, nua e crua, aí sim, a necessidade fala mais alto, voltamos às águas do lago e tomamos a matéria prima da verdade a fim de adaptá-la, contudo, sem mudar sua essência.
Na volta, sempre usurpamos algumas gotas num cantil, porém, sempre na certeza de que faz parte de nossa missão o eterno desprendimento da volta, que mesmo sendo adiado, é inevitável e que às vezes mesmo parecendo ser tão inoportuno, continuará sendo inevitável.
Penso todos deveriam cuidar da dádiva que receberam, assim como de si próprio. Sempre, mesmo entre queixas e murmúrios, aí é que mais necessitaremos beber das águas da inspiração a fim de adaptar pelas linhas escritas a nossa verdade em forma de canção.
Cálida Pessoa
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