Lembro-me da infância quando corria com meus colegas pelas ruas da minha
cidade. Quando podíamos subir em algumas árvores, comer dos frutos delas e com
isso se esconder dos outros colegas de brincadeiras, era sempre bacana estar
junto, e no final de tudo ir pra casa, tomar um banho e lanchar.
Posso até reclamar de algumas coisas na minha vida, mas jamais devo
dizer que não tive infância, vivi a mais plena infância, na rua, na escola e em
casa. Ser criança além de poder subir e descer em árvores é viver o infinito em
um segundo.
Na adolescência pude criar um passarinho que ganhei de meu primo, meu
pai não gostando de ver ele preso, então resolveu me dar uma tarefa. Se você
quer ter esse pássaro irá aprender a cuidar dele – dizia ele. Alimentar, limpar
a gaiola e trocar a água.
Admirava ser presenteado toda manhã e final de tarde, por sua bela
canção na varanda, trazendo paz e alegria ao local, só que o tempo foi passando
e já não estava curtindo ter que acordar cedo para limpar e cuidar dele.
Gostava de ouvir seu canto, mas cuida-lo não era das melhores tarefas que eu
gostasse de realizar. Até que um dia a tarde ele morreu, juro que assim como
fiquei triste, veio no mesmo instante um alívio por não ter mais que acordar
cedo para limpar a gaiola. Senti-me mal por aquele sentimento egoísta, Como
pude pensar dessa maneira? Como foi bom o tempo que passei com ele.
Vou agora falar da Nick, isso mesmo, esse é era o nome dela, linda, carinhosa,
como aprendi com ela. Andávamos pelas ruas da cidade, corríamos, e quantas
vezes dormi no sofá e acordava com as lambidas dela e sem contar nos dias de
stress que chegava em casa chateado por tudo ter dado errado na rua, e ela me
olhava com as orelhinhas pra trás e vinha correndo ao meu encontro. Sua morte
foi pra mim bem triste, e acredito que com ela aprendi o valor da perca e a
valorizar os presentes que ela me deu com sua amizade, me ensinando a amar e a
valorizar as coisas simples que vivi com ela. Ela se foi, mas nela pude ver o
quão lindo é a perfeição do criador ao gerar todas as coisas nEle.
Jesus vendo que seus amigos andavam preocupados e ansiosos com o que
veria a acontecer, o que comer ou vestir, comentou algo: amigos vejam os lírios
do campo, não plantam, não regam e observem que nem o rei mais rico dos judeus
se vestiu tão bem quanto eles.
Se o Filho de Deus soube
valorizar e apreciar a beleza da criação, quem sou eu para ignorá-la? Veja
a seu redor e aprenda com tudo a sua volta, vendo o amor de Deus manifesto em
todas as coisas. Contemple o mar, o céu, as árvores, o sorriso, a amizade, um
aperto de mão de um amigo e nunca se esqueça de aprender com todos e a viver em
plena liberdade, tanto consigo como com o próximo e com Deus. Sinta a canção da
criação e chame o criador pra dançar.
Abraço,
Elmadson
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