Roupas em meio a escombros, mais uma criança a brincar com uns pedaços
de cimento que outrora fora o abrigo de seus vizinhos, ou talvez, alguém
familiar? Lágrimas é o ingrediente essencial da dor, elas escorrem pelo rosto
cansado e esperançoso daqueles que buscam encontrar o misero sinal de vida. A chuva misturasse com as lágrimas da filha
que perdeu toda a família, que em choque fala aos repórteres onde costumava
brincar todas as tardes, e o lugar frequentado com suas amigas.
Extra, extra, mais um acidente grave na cidade: policiais e ambulância,
a multidão oprime, dificultando a identificação do corpo sobre o chão. Quem
dirá para a mãe desse garoto que seu filho já não está entre nós? Agora, não se
chama Carlos ou Ricardo, apenas um caso, ou um número na estatística da
violência das grandes cidades. Quem contará sua história? Quem viverá sua
história de amor? Tudo foi tirado em uma noite. Não chore - diz o policial a
seu amigo sobre o corpo da vítima. Muitas ruas são lavadas com a água da chuva.
Entretanto, a Rua 439 foi lavada com o sangue inocente da injustiça.
Uma criança sentada ao canto da rua, com fome, na esperança de algum
dia ser tratada como um ser humano, enquanto isso segue com sua triste
realidade ao deparar-se com a dor e a ilusão do vício. Drogas é um suicídio
coletivo. Pense Nisso! Ninguém nunca sabe quando alguém irá lhe oferecer o
primeiro cigarro, lhe convidar para experimentar o que está na “moda”. Perdi alguns amigos pra esse, que é um dos
maiores males do nosso século. Por que muitos jovens se rendem ao vicio? Ícones
da música internacional, mesmo com a fama e “sucesso”, foram vencidos e
nocauteados pelas drogas. Qual a melhor forma para aniquilar esse “vírus
social”? Gostaria muito de ter a solução, mas não tenho.
Em frente à TV, um corpo com chá quente ao lado vendo, mas um jornal
com as mesmas noticia: dores, mortes, acidentes, ameaças, miséria e injustiça.
Fico pensando: qual a próxima criança a chorar de fome? A próxima vida a
falecer nas filas dos hospitais públicos do Brasil? Onde está o orgulho em
tamanha pobreza e dor? Nossos olhos já não choram mais com a injustiça e nosso
peito já não sente a perca. Onde erramos?
Ser desumano é normal em nossos dias. Não existe bem estar, quando a nossa
volta tudo desmorona. A grande questão é: De nada importa se o “mundo” se for.
Quero apenas estar bem. Isso é uma ilusão, pode acreditar. Não deixe que essa
mentira influencie sua maneira de ver as pessoas a sua volta e a vida.
Alegro-me com o nascimento de uma criança, afinal, nem tudo está
perdido e nós mais do que nunca precisamos excluir de nossas mentes essa
mentalidade fatalista e cruel, inserindo então um estilo de vida de paz, alegria
e justiça. Quero acreditar que o mundo que meus filhos e netos conhecerão será
repleto de justiça. Espero um dia acordar e sussurrar que tudo não passava de
um pesadelo horrível.
Meu Sonho? Que possamos aprender a ser humanos novamente, amando a natureza,
as pessoas, ou seja, todo o cosmo. Voltando ao principio que nos foi dado, que
é administra-la da melhor forma, cuidando e protegendo do seu maior predador,
nossa evolução.
Abraço,
Elmadson
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