Ela caminhava sobre a área com os pés descalços, sandálias em mãos e
vento sobre os cabelos, talvez esperando que a brisa a encontre na mesma
direção da esperança. Todos voltam um dia – já dizia o jovem pensador. Mas pra
onde? Onde está o inicio daquela que poderia fazer de suas escolhas um caminho
menos sombrio?
Reza a lenda que de seus cabelos brotam a mais pura fantasia e encantamento
dançante, capaz até mesmo de ultrapassar muralhas de guerra, com o objetivo de
possuir o que um dia foi seu. Negro como a escuridão e forte como o aço, são
seus cabelos, quisera eu toca-lo novamente na expectativa de beber de seu
veneno doce e mortal, onde toda a corte verá que és bela entre todas as
formosas de sua família.
Admira eu penetrar, e desvendar a transparência e força, desenhado com
tamanho cuidado exalando o que de mais raro se há sob os céus; olhos onde está
você? Onde me escondo? Escondo-me no talvez bem perto do não, esperando assim,
disfarçar e evitar o contato com minha fraqueza exorbitante e dominador. Quem a
fizeste minha rainha? Não sou digno de conhecer a escuridão e beleza dos olhos
teus. Seus mistérios e sentimentos são como um grande vale, onde apenas os
escolhidos saberão percorrer.
Um dia vou a lua e pergunto pra
Deus, qual sua inspiração e esboço para tamanha formosura. Toca-la, é sentir
dentro de mim o universo energizando toda a existência. Quem conquistará suas
terras minha amada? Quem festejará ou lamentará sua chegada? A pele
indecifrável satura-me com sua perfeição. Seria equivoco sonhar em tê-la só pra
mim em meus braços? Oh, universo! Conceda-me a dádiva de navegar rumo ao prazer
ao lado da morena de pele pálida refletida no sol a beleza da criação.
Não tenhas medo minha querida, alguém um dia contará sua história pra
alguém, sendo então incapaz de perder-se sobre a saudade. Quem será digno de
vesti-la em seu vestido bordado de poesia na penumbra? Muitos já viram seu
rosto e corpo, mas apenas um beberá em uma taça de cristal seu amor.
Abraço,
Elmadson
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